A primeira edição do Pauliceia Literária, Festival Internacional de Literatura realizado pela Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), entre os dias 19 e 22 de setembro, prestou homenagem à escritora Lygia Fagundes Telles. Uma das mesas reuniu a advogada e escritora Luiza Nagib Eluf e as escritoras Ana Maria Machado e Beatriz Bracher, com mediação da jornalista Mona Dorf, para debater a obra de Telles e o papel da mulher na Literatura e no Direito.

Lygia Fagundes Telles prestigiou o evento e, emocionada, agradeceu a homenagem. “Lygia, você foi a primeira feminista que eu li”, disse Luiza Eluf antes de ler trechos do conto Venha ver o pôr-do-sol, do livro Antes do baile verde, salientando a brilhante forma como ela retrata a condição feminina.

A presidente da Academia Brasileira de Letras, Ana Maria Machado, leu trechos do conto A garota da boina, do livro Disciplina do amor, que em sua opinião está entre os dez melhores do mundo. Já Beatriz Bracher leu trechos do conto Apenas um saxofone, também de Antes do baile verde. Mona Dorf fez a leitura de um trecho de Durante aquele estranho chá.

As autoras falaram ainda sobre suas obras. Luiza Eluf destacou o difícil papel da mulher na violenta sociedade brasileira comentando seu livro A paixão no banco dos réus, que trata de crimes passionais. Já Ana Maria Machado falou sobre Infâmia e Beatriz Bracher sobre Azul e Dura.

O festival também homenageou a escritora, dramaturga e roteirista Patrícia Melo. Autora de nove livros, traduzidos em 12 idiomas, quatro peças de teatro e dois roteiros para cinema. Além da programação oficial, o Pauliceia Literária contou com oficinas e grupos de leitura realizados, desde junho, na AASP e em locais parceiros do festival, como a Livraria Cultura, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o SESC e as bibliotecas municipais. O objetivo foi levar ao público a obra dos autores convidados do evento e fomentar a leitura.