Na tarde do dia 2 de dezembro do corrente, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aceitou o pedido de impeachment assinado pelos advogados Janaína Paschoal, Miguel Reale Junior e Hélio Bicudo, apresentado com a finalidade de interromper o mandato da Presidenta Dilma Roussef. Isso significa que, acolhido o requerimento, este será submetido a uma Comissão de 65 Deputados e em seguida, se lograr aprovação, será votado por toda a Câmara Federal. Para que se dê início ao processo de impeachment, o pedido dos juristas deverá ser aprovado por dois terços da Câmara, ou seja, por 342 dos 513 deputados. Acontecendo desta forma, a presidenta terá que se afastar imediatamente do cargo pelo prazo de até 180 dias, durante os quais o processo deverá ser votado pelo Senado, onde serão necessários 54 dos 81 votos da Casa.

Por sua vez, a presidenta veio a público defender-se em rede de  televisão, alegando não ter cometido crime algum que justificasse seu afastamento do cargo. E é exatamente isso que a Câmara deverá apurar. A abertura de um processo de impeachment ainda não aconteceu. Apenas foi apresentado um pedido embasado, principalmente, nas “pedaladas fiscais”. Agora, as provas serão analisadas.

O que espera a nação brasileira? Em primeiro lugar, que os deputados atuem com absoluta isenção e lisura, jamais pondo à venda suas decisões; em segundo lugar, que não haja adiamento dessa importante votação por estarmos às vésperas do recesso parlamentar que poderá ser suspenso; em terceiro lugar, que os interesses do país se sobreponham aos interesses pessoais e particulares de qualquer natureza.

É certo que o Brasil parou. A instabilidade política afundou a economia e precisamos resolver logo essa crise. A cada dia que passa, o prejuízo aumenta. O mero anúncio da apresentação do pedido de impeachment fez com que o dólar caísse e a bolsa subisse. Ou seja: a recuperação econômica somente ocorrerá se for resolvida a crise política. No momento, a bola está com a Câmara.

Que cada um cumpra seu papel.