Estamos em ano eleitoral e é hora de começarmos a pensar em quem votar nas eleições de outubro. Vamos escolher as pessoas que terão influência mais direta em nossas vidas: prefeitos e vereadores. É incrível que muita gente considere importante apenas o presidente da República e os governadores, desdenhando, vamos dizer assim, dos prefeitos e vereadores. Isso decorre dos muitos anos que passamos sob ditaduras, alternadas com arremedos de democracias é certo, mas que tiveram o poder de inculcar na cabeça do povo que o importante é só o governo federal. É fato que, ainda hoje, o poder econômico é muito centralizado em nosso país, mas quem tem a real incumbência de transformar nossas vidas em inferno ou paraíso é o Município. Se temos uma cidade harmônica, limpa, organizada, segura e saudável estamos bem. Se, por outro lado, somos obrigados a viver sob o domínio do medo, sem segurança, sem hospitais decentes, sem escolas de verdade, sem limpeza, sem luz, sem saneamento básico e sem transportes públicos de qualidade, enfim, com os serviços essenciais deficitários, estamos péssimos. E quem resolve isso é a Prefeitura, juntamente com as Câmaras Municipais.
Se tomarmos São Paulo como exemplo, vamos verificar que há muitas crianças precisando de creches públicas (fala-se em 200 mil!) e, portanto, são muitas mulheres sem poder trabalhar por não terem com quem deixar seus filhos. Outro aspecto relevante é que a cidade não tem banheiros públicos. É completamente inadmissível uma megalópole como São Paulo, na qual as pessoas precisam enfrentar diariamente horas no trânsito, não ter banheiro à disposição, depois de passar horas por dia se locomovendo de uma zona para a outra. E quem mais sofre com isso, novamente, são as mulheres. Os homens se viram, quando não encontram banheiro usam um muro, uma árvore, uma escadaria, o chão mesmo, pouco importa para muitos deles se não há banheiro, mas as mulheres não conseguem usar a rua como sanitário. Ninguém deveria fazer isso obviamente, mas a vida das mulheres ainda é pior nesse aspecto.
Assim, se queremos ter um dia-a-dia mais decente, mais tranquilo e compensador, precisamos dar a máxima importância para a escolha de quem vai governar a cidade.